20081210

057 - Bafo de Doninha

Hoje estou assim a dar pró azeda, no meu caso o azedo significa libertação de gases pela focinheira, a juntar ao meu cheiro natural a coisa é assim a modos que explosiva, má e sem explicação biológica. Mas pronto não incomodo mais com descrições de cheiros. Vamos ao bafo, não me apetece revelar a fonte nem a inspiração, vou ser indirecta quanto basta: pergunto porque é que sempre, mas sempre e se não é sempre é quase sempre, quando há uma notícia com cheiro a escândalo faz-se uma pequena biografia da pessoa e lá está “nascido numa pequena aldeia beirã” e quem diz “beirã” diz outra qualquer região suficientemente desconhecida de modo que ninguém sabe apontar no mapa onde fica a dita “pequena aldeia”. Por favor não tenho nada contra pequenas aldeias nem beirões nem regiões inóspitas. O que eu registo como fenómeno repetitivo é este tipo de nascimento. Onde é que estão as pessoas nascidas no Cacém, na Amadora, em Cascais, em LISBOA, lol, não há ninguém nascido em LISBOA (vá, uma capitalzinha de distrito jeitosa também serve) com protagonismo político, artístico, literário, intelectual, desportivo, etc. etc.? Será que as pessoas urbanas não cometem escândalos, não se evidenciam, remetem-se ao anonimato automático e monótono? Ou como a sede dos jornais é por estas bandas aos jornalistas só interessa “enaltecer” as pessoas nascidas em “pequena aldeia”? Sei lá, eu bem invento desculpas, não percebo nada de sociologia, mas gostava de saber que raio se passa. Será que em cada criança “nascida numa pequena aldeia beirã” haverá um potencial desviador de fundos, influenciador de interesses, ambicioso arrogante, coleccionador de carros de luxo, jogador de golfe, enfim…não sei que raio vão aprender para a cidade mas faz-lhes mal. Sem ofensa. Ai credo estamos em Dezembro. Já me descuidei...

22 comentários:

Rita disse...

Olha que nunca tinha pensado nisso, LOL! Oh, de certeza que existem pessoas de grandes cidades, só que como é tanta gente não se percebe! Mas tens razão, quem dá nas vistas normalmente é de sítios estranhos, talvez porque nas aldeias eles são pouquinhos então é logo escândalo :P

Ninja! disse...

Mas que bem observado! Acho que provavelmente até inventam essas histórias. É para dizer que o tipo teve que lutar muito para chegar onde chegou, no caso de ser algo positivo. Ou então para ter desculpa se for algo negativo ("Afinal de contas, ele nasceu na aldeia...") :P

Abraço

XS disse...

Bem visto...

Pepita Chocolate disse...

Postas as coisas desta maneira, Portugal só tem pessoas íntegras na capital, tudo o resto são...sei lá...ninhos de cobras de onde nascem seres com intenções dúbias! Sinceramente nunca tinha pensado nisto!

Anónimo disse...

É uma questão de diferenciação.
Também se costuma referir a 'etnia' de um assaltante, por exemplo, se ela não for 'caucasiana'. Diz-se 'o suspeito, de etnia x, y, z', mas não 'o assaltante de 'etnia caucasiana\ branca', porque isso pouco ou nada diferencia (e é discutível se é legítimo dizer a etnia; mas também se diz: 'o suspeito\sinistrado\premiado (do euromilhões, p. ex.) é de origem (ou 'etnia') cigana\alemã\chinesa; trata-se de um homem\ de uma mulher de x, y ou z anos de idade'. As particularidades chamam mais a atenção).
Quando a naturalidade é Lisboa, por exemplo, e indo mais à tua questão, ou não se considera isso uma 'particularidade' ou considera e diz-se mas passa despercebido.
Por outro lado, embora as grandes cidades tenham muitíssima população, grande parte dela nasceu fora (sobretudo os que têm idade (e vocação, porque os mais conformados ou menos habilidos ficam na terrinha) para se destacar pela positiva ou pela negativa). Podem viver em Lisboa, mas ainda se vai buscar a naturalidade.
Por último: os 'urbanos' também se envolvem em escândalos. Os suspeitos (SUSPEITOS!) do caso Casa Pia, por exemplo (creio, posso estar enganado).

Majo disse...

É realmente curioso... e estranho.
Cá para mim acho é um problema de pequenez... mental. Mas isto sou só eu a dizer... é do mau-feitio. Ou defeito... sei lá!

Bjinho minhoto

Saltos Altos Vermelhos disse...

sim! visto por esse ponto de vista... realmente!

meus instantes e momentos disse...

vim conhecer teu blog, e gostei daqui.
maurizio

Alguém disse...

O problema não deve ser da aldeia... deve ser é da cidade, a partir do momento que essas pessoas vão para lá! ;-)

beijinho

Heitor Cardoso disse...

Escelente observaçao.

Nilson Barcelli disse...

Mais do que a proveniência, para a qual não tenho explicação cabal, o que mais me incomoda é aplicação em massa do princípio genético dos brandos costumes que temos entranhado até à medula.

O branqueamento junto da opinião pública compra-se, seja através de biografias em semanários ou de fotografias familiares à beira da piscina em revistas cor de rosa. Mas o que mais me incomoda é o branqueamento em sedes que deveriam ser competentes e justas (e incorruptas), tal como na da investigação e na justiça.

Excelente post cara amiga, mas deixaste-me irritado.

Beijinhos

PS: obrigado pela visita ao meu blogue e comentário. Volta sempre.

Anónimo disse...

prometo que em dezembro n irrito mais ninguém com o meu fedor :PpPpP

caro "meus instantes e momentos" não há dois sem três....comentários iguais :DDDD

Furetto disse...

São soluços Donnola :P

Salto-Alto disse...

LOL!!! Não tinha visto as coisas assim! :X Muito bom post, parabéns!

Teresa Durães disse...

ahhaha excelente ironia! Parece que Lisboa é mesmo perigosa!

Isabel Metello disse...

Olhe, não cheirou, mas aproveito para vos convidar a todos para um evento fantástico, super-hiper-mega ecológico- uma feira de arte alternativa- oo Mercado de Natal 2008, no Mercado Municipal, onde encontrará prendas ecológicas personalizadas e hiper-criativas...A arte ao serviço da ecologia e da responsabilidade social Oeiras: http://www.oeirasnatal.co.cc/

Abraço

Isabel Metello disse...

Desculpem, teclei mal- Mercado de Natal 2008 de Oeiras, no Mercado Municipal da mesma localidade.

Furetto disse...

Ahhh... Oeiras essa bela localidade com um coro de natal...

Alien David Sousa disse...

Loooooooooooooool

"Será que em cada criança “nascida numa pequena aldeia beirã” haverá um potencial desviador de fundos, influenciador de interesses, ambicioso arrogante, coleccionador de carros de luxo, "


Muito bem observado. A minha teoria é a seguinte, claro que existem criminosos nascidos em lisboa, Cacém, Amadora, Almada, Fogueteiro, etc...no entanto acredito que tenha sido feito um acordo com as câmaras para ocultar os seus dados assim que um dos seus cometem um crime. É a única explicação que encontro. Não é possível, como dizes que os mafiosos venham todos de aldeias de que ninguém nunca ouviu falar e que nem consegue encontrar no mapa lol

Beijinhos

Luísa Vaz Tavares disse...

Agora que falas nisso ... não me lembro de ninguém envolvido num grande escandalo nascido num bairro de elite de uma grande cidade.

Sopa de Letras disse...

Excelente post ! Fica aqui apenas a nota o aumento dos deliquentes nascidos além fronteiras mas que cá aterraram

Graça Brites disse...

Na cidade é mais difícil alguns jornaleiros descobrirem os tais agentes do escândalo e da trafulhice. Deve ser por causa do barulho das luzes. Ou então os lugares de nascimento dos ditos são palabras-chave para chamar a atenção dos leitores para notícias com pouco sumo.